Amar-te é deixar-me.
Enough Love - Portishead
É assim...
Eu quase consigo quando fecho os olhos... Ter-te.
Num vislumbre de certezas que se dilatam e dissipam nas sombras dos meus olhos adormecidos.
Escuridão misteriosa onde te perco e encontro.
Mas é tão breve. Tão fugaz. Fugidio. Um delírio onírico perseguindo minhas noites feito Oroboro.
E eu fico ali pausada, estática, suspensa. Como se pudesse segurar o momento nas pupilas e assim de repente, desaparecer de uma vez do que eu sou, desaprender-me. Des-existir dessa realidade em que as distâncias aniquilam os caminhos imaginários até ti. Desintegrar de mim esse impossível que ronda faminto o meu desejo. Virar força, alquimia, transmutação de nãos em sins. Aproximar o impossível das minhas mágicas. E então atar meu futuro aos nós do teu destino.
Encontrar-te em cada canto, em cada tempo. Na curva daquela veia, nas ruas vazias daquele velho teatro, no café aconchegante da esquina, na música que ouço e grita dos telhados, no reflexo do vidro da vitrine, no gramado molhado da chuva repentina, no cheiro do vento que inventa o teu cheiro...
Transmutar essa latência que me queima e arde em peles macias e arrepios. Escorrer minhas palavras inteiras em teus poros, em tua vida, em tuas noites e teus sons.
Eu. Esse nada desaforado que arrisca todos os saltos.
Arrisca porque sabe que o amor é sustentação de asas no abismo. Porque sabe que existem teus braços a amparar o tempo e a queda. E teus olhos... Ah, teus olhos que eu vejo quando os meus mergulham no silêncio. Olhos que reinventam tudo. Que desvendam furiosos e invasivos as minhas entrelinhas.
E eu imersa nesse devaneio de quase ter-te e de morar em teus passos. Um veemente erro de saber-te de repente aqui. Logo eu que mal estou-me... Finjo que existo em ti. Ponho-me a ser espelho. Reflexo. Essa que eu não conheço e que insiste em habitar meu corpo. Essa que me olha tão brilhante e ainda assim tão metade. Porque depois de ti, tudo é metade em mim. E sempre fica esse vazio a ser preenchido pelos teus rompantes, pelos teus chegares, pelos teus eretos. E tudo me foge. Chão, umidade, boca, rima, sexo, sonho.
E esse quase alcançar-te me arrebenta em armadilhas onde eu repetidamente caio.
É assim...
Eu quase consigo quando fecho os olhos... ter tudo isso. Ter-te.
Ou finjo que te existo só pra trilhar os atalhos até ti.
Onde foi que eu me meti?
Eu quase consigo quando fecho os olhos... Ter-te.
Num vislumbre de certezas que se dilatam e dissipam nas sombras dos meus olhos adormecidos.
Escuridão misteriosa onde te perco e encontro.
Mas é tão breve. Tão fugaz. Fugidio. Um delírio onírico perseguindo minhas noites feito Oroboro.
E eu fico ali pausada, estática, suspensa. Como se pudesse segurar o momento nas pupilas e assim de repente, desaparecer de uma vez do que eu sou, desaprender-me. Des-existir dessa realidade em que as distâncias aniquilam os caminhos imaginários até ti. Desintegrar de mim esse impossível que ronda faminto o meu desejo. Virar força, alquimia, transmutação de nãos em sins. Aproximar o impossível das minhas mágicas. E então atar meu futuro aos nós do teu destino.
Encontrar-te em cada canto, em cada tempo. Na curva daquela veia, nas ruas vazias daquele velho teatro, no café aconchegante da esquina, na música que ouço e grita dos telhados, no reflexo do vidro da vitrine, no gramado molhado da chuva repentina, no cheiro do vento que inventa o teu cheiro...
Transmutar essa latência que me queima e arde em peles macias e arrepios. Escorrer minhas palavras inteiras em teus poros, em tua vida, em tuas noites e teus sons.
Eu. Esse nada desaforado que arrisca todos os saltos.
Arrisca porque sabe que o amor é sustentação de asas no abismo. Porque sabe que existem teus braços a amparar o tempo e a queda. E teus olhos... Ah, teus olhos que eu vejo quando os meus mergulham no silêncio. Olhos que reinventam tudo. Que desvendam furiosos e invasivos as minhas entrelinhas.
E eu imersa nesse devaneio de quase ter-te e de morar em teus passos. Um veemente erro de saber-te de repente aqui. Logo eu que mal estou-me... Finjo que existo em ti. Ponho-me a ser espelho. Reflexo. Essa que eu não conheço e que insiste em habitar meu corpo. Essa que me olha tão brilhante e ainda assim tão metade. Porque depois de ti, tudo é metade em mim. E sempre fica esse vazio a ser preenchido pelos teus rompantes, pelos teus chegares, pelos teus eretos. E tudo me foge. Chão, umidade, boca, rima, sexo, sonho.
E esse quase alcançar-te me arrebenta em armadilhas onde eu repetidamente caio.
É assim...
Eu quase consigo quando fecho os olhos... ter tudo isso. Ter-te.
Ou finjo que te existo só pra trilhar os atalhos até ti.
Onde foi que eu me meti?


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8 MIL RECADINHOS:
Te he hecho un link en mi blog me gusta mucho el tuyo.
Cordialmente, Claudio Tomassini
Estar suspenso sobre (dentro/em meio) o (no) abismo, nas asas do amor. Essa descrição que você faz tem toda uma contextualização com o tema - Alquimia.
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Dependendo da pessoa que é objeto de um amor genuíno, assim narrado, as asas podem pesar como chumbo para depois ocorrer a transmutação em ouro - ou então o contrário, abismo certo e irremediável!
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Bom, ler aqui!
Onde foi que eu me meti?
Respondendo a sua pegunta acima e que está ao final: Numa doce montanha russa de sensações e emoções. É como ser um "bipolar". Mas com sintomas não tão nefastos.
Bjs
Onde foi que te meteu mesmo... tá fu... e bem! Beijo!
magníficas palabras, como siempre, bello texto, como siempre, música sublime, como siempre....siempre VAN: magnífica, bella, sublime.... ;)
o quase muitas vezes é o conseguir...como por exemplo eu quase desapareci, mas não desapareci....volto sempre pra ler...embora as vezes entre e não comente...mas sempre passo...
Uma bela prosa menina! Lindo mesmo!!
Beijos :)
Enche os meus olhos moça!
Tem mais um selo pra ti no meu blog. hahaha
Básico!
Bjo
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