
Eu quero experimentar alguma destruição.
Jogar bem longe as coisas que me afligem.
Tripudiar o que me embota o coração.
Pisar em cima dessa secura
caída feito cadáver no chão.
Falar sonoros e deliciosos palavrões
exorcisar os venenos que me ferem.
Eu quero explodir toda a raiva e todo o tesão.
Esquecer que um dia eu disse não.
Eu quero sentir os pedaços que me saem
expelir os cacos da minha pele.
Purgar os nós do meu desejo
Provar com língua e fome a falta de medo.
Lançar-me furiosa no abismo.
Ir ao encontro do nada, da escuridão.
Quero entrar no olho do furacão.
Destruir os ventos, morder os redemoinhos.
Eu quero transpor todos os muros
que tu colocas em volta de tudo.
Ser o aríete a demolir tuas imensas muralhas.
Encontrar tuas mãos.
Reconstruir os erros. Encontrar-me denovo.
Ser o bálsamo a afagar as minhas feridas.
Transformar-me eu mesma em um vulcão
a explodir o que eu não posso ser
o que eu não posso te dar.
Escorrer minhas fragilidades, ebulir minhas vontades.
Perder os caminhos, corroer as amarras.
Ter-me. Ser-me. Implodir-me.
Arrebentar-me inteira em busca de mim.
*Texto registrado na Biblioteca Nacional.
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CATARSE © by Van Luchiari is licensed under a
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14 MIL RECADINHOS:
Visceral!
Van menina...
Simplesmente amei o site novo! Nossa guri ficou show de bola tudo mesmo! E agora fica mais fácil escutar tuas músicas :) Show mesmo! Tu sabes que sou tua fã, amiga e torço muito por ti!
Quanto a poesia... Extremamente ardente e sensual... Como sempre falo vocabulários com tua marca, perfeito!
Beijos
Sim, V. sabe desfazer-se .
Belo domínio do verbo mas também do inferno.
seu
Geraldes de Carvalho
JOTA
Obrigada querido.
TITA
Amoreca, e deu trabalho configurar esse índice. Mas assim fica tudo mais na mão mesmo. ;) Pros preguiçosos da net feito eu fica bem melhor. E by the way, também sou tua fã. ;)
GÊ
Desfazer-me. Refazer-me...
Aprender sempre.
Adoro quando você vem.
Beijucas
Oi Van!
Gostei bastante dos teus espaços, e tens uma voz bem bonita, parabéns menina! :)
Abraço
Gi
GI
Obrigada, bella.
Já fui te visitar e já linkei-te aqui. ;)
By the way... amei a tatoo. =)
Baci mille.
Buscamo-nos a todo momentos, e creio ser esse o unico jeito de conseguirmos....rss
Beijos
Belo o jogo, belas como sempre as tuas palavras... ainda bem q estás de volta já sentia a tua falta.
Bjs grandes em ti,
NUno
Van, saudades de vc viu.
Olha, este seu poema me fez surgir uma idéia diante de meus olhos.
A Van não se cabe em sim.
Até fiquei preocupado, rsrs
É um eualma maior que o eucorpo e muitas vezes a dor de estar presa, apertada é intensa demais. Sinto os músculos seus se rompende de dentro para fora.
Mas como é prazerozo o tirar de um sapato quando omesmo aperta, seus gozos e prazeres são tão intensos quanto as dores.
Cuida desse coração menina.
Grande beijo e mais uma vez Obrigado por este presente Catarse.
FUI!!!!!!!!
Van (comentário à la twitter, que não uso): escutando Janis Joplin, lembrei de você e vim te visitar - sua catarse rima com a voz dela, perfeita e magicamente. Beijo, se cuida, SiMonquinha.
RUBERTO
Querido, também acho que essa maneira seja talvez a mais verdadeira forma de se conhecer e se achar. ;) Adoro teus comentários. Beijucas
NUNO
De volta! Também estava com saudades de mim. ;) E de ti. Beijucas
GERINHO
Ah querido... Clarice Lispector disse: "Eu sou maior do que eu". Concordo com ela. Sinto-me mais do que meu corpo consegue portar, por isso transbordo. Na arte, no sentir, no explodir-me... É preciso se desconstruir pra poder se remontar. Tô fazendo isso.
Que bom te ver por aqui denovo.
Beijucas
MONQUINHA
Amoreeeeeee, Janis combina com catarse mesmo!!!! Olha só que essas "coincidências" com a gente continuam acontecendo... que coisa boa. =)))) Saudades demais das nossas cartas e dos nossos "PIFs". Lembra? =) Bons tempos.
Te amo, linda! Beijucas
Parabéns!!!
Tudo muito bonito.
Beijos.
Como eu disse... intensa.
Uma boa poesia, sem dúvidas.
Mas... como toda boa poesia, apenas repetição.
Repetição de signoridades.
O essencial não se repete, nem mesmo nas palavras, nem se simboliza quando se escreve.
Pelo contrário, falar já é negar a possibilidade de ficar quieto.
(E quem garantiria que não falariamos muito mais ficando quietos ?)
A verdade é que no silêncio as verdades também falam.
O silêncio fala tanto que ele é como o nada.
E o falar é tão oposto a isto como ser.
Esse é o erro na poesia: querer estar entre o ser e o nada.
Porém, esse é justamente o acerto na filosofia: estarmos entre o ser e o nada, sem, no entanto, estar em nenhum dos dois...
Cultive sua habilidade, você é uma boa poeta.
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