Eu escrevo assim pequeno.
E é assim porque poemas pequenos não machucam. Vez ou outra fazem alguma cócega, apenas isso. Mas não chegam a sangrar. Não ferem profundamente porque acabam antes da dor.
Mas eu confesso. No fundo eu minto.
Porque escrever sangra. Seja lá de que tamanho for a escrita. E sangra porque para escrever é preciso se abrir de um jeito inexplicável. E eu me abro. Exponho vísceras, coração, veias.
Dilacero-me.
E ao me cortar jorram palavras e tintas e placentas junto com o sangue denso e rubro. Tudo misturado e caótico. E às vezes é uma nojeira, mas às vezes é a coisa mais linda! Um quase-milagre. Ou um orgasmo. É um nascer-me.
É desse jeito que eu escrevo.
Eu escrevo no avesso do dia. Quando a luz não grita e a vida faz aquele silêncio palpável, palatável, mastigável.
É também quando no mundo ventila aquele gosto de imortalidade. E até meu coração, meu trêmulo coração, escorre em minhas mãos.
Encontro inspiração quando em tudo faz aquele silêncio gostoso da madrugada. E eu percebo minha solitude. E eu faço de conta que tudo é meu e nada existe além dos muros da minha pele. Aí me entrego e me abro inteira. Devolvo-me à voracidade intensa que me lateja o tempo todo.
Quando entre o negrume do céu e a umidade da pele percebe-se aquela explosão mascarada de quietude... No avesso do som, na beirada do improvável, mergulhada no impossível... É aí que eu encontro minha poesia.
E a gozo - languidamente - na língua da noite.
E é assim porque poemas pequenos não machucam. Vez ou outra fazem alguma cócega, apenas isso. Mas não chegam a sangrar. Não ferem profundamente porque acabam antes da dor.
Mas eu confesso. No fundo eu minto.
Porque escrever sangra. Seja lá de que tamanho for a escrita. E sangra porque para escrever é preciso se abrir de um jeito inexplicável. E eu me abro. Exponho vísceras, coração, veias.
Dilacero-me.
E ao me cortar jorram palavras e tintas e placentas junto com o sangue denso e rubro. Tudo misturado e caótico. E às vezes é uma nojeira, mas às vezes é a coisa mais linda! Um quase-milagre. Ou um orgasmo. É um nascer-me.
É desse jeito que eu escrevo.
Eu escrevo no avesso do dia. Quando a luz não grita e a vida faz aquele silêncio palpável, palatável, mastigável.
É também quando no mundo ventila aquele gosto de imortalidade. E até meu coração, meu trêmulo coração, escorre em minhas mãos.
Encontro inspiração quando em tudo faz aquele silêncio gostoso da madrugada. E eu percebo minha solitude. E eu faço de conta que tudo é meu e nada existe além dos muros da minha pele. Aí me entrego e me abro inteira. Devolvo-me à voracidade intensa que me lateja o tempo todo.
Quando entre o negrume do céu e a umidade da pele percebe-se aquela explosão mascarada de quietude... No avesso do som, na beirada do improvável, mergulhada no impossível... É aí que eu encontro minha poesia.
E a gozo - languidamente - na língua da noite.
*Texto registrado na Biblioteca Nacional.
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27 MIL RECADINHOS:
E vamos escrevendo, de mansinho, o que a noite nos arfa aos ouvidos... :)
Bonito, hein!
hehehehe
;*
Oi Van.
Incrível como cada texto é uma ordem a desencandear a magnetude
com que possas coordenar o caos.
Não é exatamente colocá-lo no seu devido lugar,
é nos fazer compreender
que para se ter a ordem é necessário conhecê-lo.
E conhecer, não temer, é tão poético da sua parte.
As pessoas costumam olhar com desdém para o caos,
quando na verdade é ele que nos ensina a ter a ordem.
A ausência me acompanha 24horas,
é ela quem diz mais sobre quem sou, me expõe,
me tolera, me sacode e me põe de pé.
Espero apenas que ela encontre a do outro também,
bem longe.
Ausência que me faz viver...
Pronta para novos textos seus, flor.
Bjos.
Eu gostava de ser essas madrugadas....
"Mas eu confesso. No fundo eu minto."
Concordo, Van, mente. Mente, porque por vezes os pequenos poemas são os que mais machucam. São aqueles que em poucas palavras são capazes de dilacerar. Aqueles que te atormentam e jorram no papel no meio da madrugada. Mergulhada no impossível. No avesso do som.
Lindo!
Lindo.
Escrever sangra o coração ,mas também o cura com o desabafo das palavras e numa forma simbolica, tentamos dar sentido ao sangue escorrido ,a ferida não curada.
Beijinhos
Sanguíneas letras, como sempre...se de corte, ou renovação, menstruadas de ti...
beijos,
Giselle Zamboni
Eu minto também. E quando leio você, me desminto.
Poema profundo, de muita intensidade!
Você é forte, segura de si e nos passa algo como um "grito", sem sufoco...
Parabéns, minha querida...
Bjos,
@veramaral
As madrugada tem um poder enfeitiçador sobre a gente.
E quando deixamos que as palavras caiam sem nenhuma proteção, eis que nasce um texto de pura paixão...
Voce é intensa demais, garota!
Beijos meus!
Suavemente escrito certamente numa madrugada intensa! BELO!
Eu escrevo assim
Imensamente pequeno
Cada palavra cai
De ti nascida
Escorre gota
Poema do teu sangue
Estatelando-se, orgásmica
Na silenciosa madrugada
Fere a minha pele num arrepio
Lateja
Grito não audível
Suavizado em melodia
Imortal
No gozo lânguido
Do avesso
Que assim escrevo
Muito bom, Van! Excelente metáfora! Excelente verdade!
Abraço!
Fiquei pensando, lembrando de haikais e suas poucas palavras, mas tantos significados.
Amo, amo demais, toca no fundo da alma.bj
Pra que dizer alguma coisa.. pra que palavras?
No espaço entre as palavras deixa-nos migalhas de silêncios.. que
também nos falam desse setimento que esparramas em cada texto. esses estilhaços de arco-íris que caem em cores sobre nosso colo, sempre sedentos de novos textos
Parabéns
Beijo
Van, cada vez mais intensa!
bjus
Incrível como este seu pormenorizar
consegue ser tão grande, desmedido!
É sempre prazeroso ler-te.
Beijos!
Van,
Sempre quando venho aqui, digo que algumas palavras são só tuas... E isso é verdade.
Gostei demais da prosa... Com cadência gostosa de se ler :D
Beijos menina!!
Van,
Sempre quando venho aqui, digo que algumas palavras são só tuas... E isso é verdade.
Gostei demais da prosa... Com cadência gostosa de se ler :D
Beijos menina!!
Van,
Sempre quando venho aqui, digo que algumas palavras são só tuas... E isso é verdade.
Gostei demais da prosa... Com cadência gostosa de se ler :D
Beijos menina!!
Van,
Sempre quando venho aqui, digo que algumas palavras são só tuas... E isso é verdade.
Gostei demais da prosa... Com cadência gostosa de se ler :D
Beijos menina!!
Van,
Sempre quando venho aqui, digo que algumas palavras são só tuas... E isso é verdade.
Gostei demais da prosa... Com cadência gostosa de se ler :D
Beijos menina!!
Van,
Sempre quando venho aqui, digo que algumas palavras são só tuas... E isso é verdade.
Gostei demais da prosa... Com cadência gostosa de se ler :D
Beijos menina!!
Van,
Sempre quando venho aqui, digo que algumas palavras são só tuas... E isso é verdade.
Gostei demais da prosa... Com cadência gostosa de se ler :D
Beijos menina!!
Van,
Sempre quando venho aqui, digo que algumas palavras são só tuas... E isso é verdade.
Gostei demais da prosa... Com cadência gostosa de se ler :D
Beijos menina!!
E enquanto a noite diz "Bom dia" e o dia se despede...
ali
quando o escuro nos esconde, silencia o mundo...
é que o NOSSO mundo se abre e se permite.
Adorei, Van! Lindo.
beijo
A coisa é sempre pessoal mesmo! hehehehe
Escrever é dar-se completamente mesmo... só quem se entrega irremediavelmente é que pode escrever coisas para que o coração dos outros leiam e sintam.
Adorei seu blog, vou passear por aí mais um pouco e voltarei sempre!
Abraços
Rodrigo Vieira Ribeiro
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